Esse blog é um Expurgo. Ele surgiu da minha inquietação em observar como o debate público se tornou esvaziado, sobretudo o da esquerda. Talvez o termo "esvaziado" não seja o mais adequado, porque ele (o discurso) está repleto mensagens, porém a mensagem não é a mesma que parece ser passada. Eu sei, tudo é político - frase de efeito que a esquerda adora utilizar em qualquer situação para fazer textão na redes sociais - porém, nem tudo precisa ser politizado. Minha crítica 1 vem ao fato da necessidade da esquerda (difícil falar em "as esquerdas" porque a esquerda hoje é um grande bolo hegemônico de pensamento único, daí até necessidade do nascimento desse blog) em politizar absolutamente qualquer coisa. Mas é óbvio, ela só comenta o que é interessante para manter sua narrativa, ao longo das próximas postagens irei exemplificar isso. A crítica 2 surge da 1, essa politização vem carregada de uma grande hipocrisia. A crítica 3, talvez seja a mais importante delas: a ausência da escuta. Não é possível discordar ou trazer outras perspectivas num "debate" (existe isso?) no ambiente da esquerda, o discurso vem pronto.
O blog
O blog tem o objetivo de provocar e quem sabe promover um debate democrático, gostaria sim, que ele também fosse direcionado à esquerda hegemônica, por isso desejo manter a aba de comentários aberto para disseminar a discussão. O nome do blog também é uma provocação, e uma peça de marketing também - sobre marketing na esquerda vou falar nas postagens adiante. Qualquer debate em que um intelectual de esquerda esteja ele vai utilizar o conceito filosófico que não existe verdade, portanto meu blog já nasce como uma falácia. Talvez, a única verdade para eles seja o quão o capitalismo é mau (provocação 1).
Por que não bater na direita?
Pode parecer que não, mas estou no polo da esquerda, esse é um dos argumentos que sou contra a esquerda hegemônica, se você tem qualquer critica ao discurso hegemônico, você já é jogado pro polo da direita. Sou amplamente contra a direita, na verdade os problemas da direita são tão óbvios! Sem contar que já existem muitos blogs, canais, intelectuais criticando a direita. Meu foco aqui é a Inovação (alô capitalismo).
Quem sou eu?
Eu sou um homem branco, hétero, monogâmico. Isso já me coloca em situação desconfortável para debater a esquerda - crítica número 4, a esquerda se tornou um grande bingo de quem é mais o oprimido. Mas eu tenho algumas coisas a meu favor, o que me tira da escala de opressão-mor: eu sou filho de nordestinos, que vieram para São Paulo, para se livrar da fome e falta de oportunidades em Pernambuco. Pertenço à classe trabalhadora, passamos muitas dificuldades financeiras na adolescência, e por fim, sou baixinho - sim isso pode ser discutido em outra ocasião.
Meu objetivo aqui, como dito, é trazer um pouco de provocação e reflexão. Abrir um espaço para a discordância. Será que esse bloco da esquerda pensa tão uniformemente assim? Aqui o espaço é livre, fique à vontade!
